Já tentei negar e abafar quem eu sou
Moderar minha intensidade, frear meu sentir
Como quem esconde de si mesma algo que sabe onde está...
Não é possível sustentar por muito tempo o mentir
Incontáveis vezes desejei ser resignada
Contentar-me com o mediano ou até mesmo com a mediocridade
Seria mais simples não resistir e apenas aceitar
Se assim fosse certamente eu me perderia e ainda minha peculiaridade
Deixa-me dizer, contudo, que o som das flores
Reverbera com o luzir das constelações
E raros ouvem as canções desenhadas nas pupilas
Enquanto se alinha a junção de duas respirações
Então, já que sou atenta a tais inefáveis sutilezas
De tudo que sinto e percebo de um jeito esfuziante
Não conterei essa minha natureza meticulosa
E de um coração desmedidamente vibrante