sábado, 27 de novembro de 2010

Desassossego

Queria escrever...
não que tivesse teorias que precisassem ser escritas,
não que meu peito estivesse explodindo de alegria...
Queria falar da doçura da expectativa que irradia em todo momento,
sempre plena e conhecível,
mas muitas vezes frustrada, iludida, arrasada...
Vou saboreando minhas próprias incertezas,
vou sangrando pelas sendas da vida, 
morrendo um pouco mais a cada segundo que passa com suas infinitas possibilidades...
Teu nome me vem aos lábios,
meu conhecido mantra dos fins de tarde, de noites cálidas...
não suportei e o chamei com uma voz rouca, quase inaudível,
mas não porque me ofuscas, mas sim porque me estremeces...
Mais de uma vez pronunciei teu nome,
e até hoje ele ecoa e ecoa sem fim;
não te alcanço; não me tens;
mas é como se sempre me pertencesse...
Minha escolha foi não ter escolha, e amá-lo foi meu terno sacrifício.
Tudo isso por causa das borboletas!
Elas sabem a razão desse sentir,
elas escolheram o meu jardim e seguem com sua coreografia,
atraindo a primavera dentro de mim.
Deixo o tempo seguir seu ritmo enquanto elas brincam em torno da leve brisa.
Folheio então tuas palavras e lembranças,
capturando com espanto todo encanto do rastro do teu olhar. 
Por isso queria escrever...
não que tivesse teorias que precisassem ser escritas,
não que meu peito estivesse explodindo de alegria...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Imaginável


Não sei se o vento leva
A leve música
Não sei se a canção
Toca até no coração
Mas vejo asas imaginárias
Tomando forma
Ventando notas

E brinca o tempo
Sorri a vida
E canta e vibra
Em doce festa
E pelas ruas
Em tantas luas
Se manifesta


sábado, 13 de novembro de 2010

Do que não sei


 Não sei realmente quem és
E nem a razão de pensar em ti.
Talvez seja aquele olhar que não esqueci
Ou o sorriso que ficou suspenso no ar.
Detalhes que por mim foram eternizados
Inspirando etéreas rimas.
Se isso é alma de poeta,
Loucura,
Insensatez,
Não sei...
Mas os versos se impõem,
Imperativos,
Rodeando cada gesto que vem de ti.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O que sinto


O que sinto
Sei, apenas,
Que me leva
A sentir abrigo
E me ata
A um elo inquebrável

O que sinto
Sei, sobretudo
Que devasta minha paz
E me faz
Cativa da ternura
(Mais profunda)

O que sinto
Tem consistência de nuvens
Que carregam minhas realidades
Sonhos
E minha vida
Em uma única trilha feérica