Saio de casa. A claridade do dia ofusca meus olhos. A névoa vai se dissipando lentamente ao sabor das horas da manhã, na leveza típica do que é perfeito.
Queria eu que essa névoa que me cobre se diluísse, mesmo que vagarosamente, como ocorre com o dia.
Queria uma visão límpida,
Entender a cena,
Descortinar o ato,
Conjugar o verbo,
Capturar o gesto.
Mas meus olhos só obedecem a um músculo que apenas enxerga o que quer ver, e vê o que pensa sentir.
Meu coração anseia outro tempo, qualidade do que é descompassado por natureza.
E vai artificialmente transformando a paisagem.
Parece-me que a vida é um quadro estático, mas não me engano, a vida é tão frágil...
E isso é só o que sei no momento...