sexta-feira, 24 de junho de 2011

E isso é só o que sei no momento...

Saio de casa. A claridade do dia ofusca meus olhos. A névoa vai se dissipando lentamente ao sabor das horas da manhã, na leveza típica do que é perfeito.
Queria eu que essa névoa que me cobre se diluísse, mesmo que vagarosamente, como ocorre com o dia.
Queria uma visão límpida,
Entender a cena,
Descortinar o ato,
Conjugar o verbo,
Capturar o gesto.
Mas meus olhos só obedecem a um músculo que apenas enxerga o que quer ver, e vê o que pensa sentir.
Meu coração anseia outro tempo, qualidade do que é descompassado por natureza.
E vai artificialmente transformando a paisagem.
Parece-me que a vida é um quadro estático, mas não me engano, a vida é tão frágil...
E isso é só o que sei no momento...

sábado, 18 de junho de 2011

De que adianta


De que adianta essa tarde outonal,
De vento frio e tom descorado
Que me diz de aconchego
Se o que quero não tem nome?


É que não tem palavra que defina
Essa expectativa doce de entrega desmedida;
De espera que não finda;
De dor de saudade extensíssima.


Não, não tem nome porque não tem limites...


Mas a vida,
A vida vai me tatuando com as cores desbotadas do acaso,
Tentando ocupar espaços imensuráveis,
E eu que não sou atriz
Mas estou ocupada o suficiente com trivialidades
Vou fazendo de conta que isso tudo me satisfaz.