domingo, 25 de março de 2012

Alguma desilusão...



Encantou-se pelas asas
E ousou voar
Tombou dolorosamente
No solo árido do coração humano
Alguns arranhões não irão te matar
Contudo, talvez demorem a cicatrizar...

Se fosse o chão uma nuvem
Se fosse sensível ou afetuoso o coração...
Mas é concreto, sólido e rude!
Áspero na medida da mediocridade
Espanta-me ainda ter vida algo assim
Se é que a tem
O que é aquém
Do que poderia ser

domingo, 11 de março de 2012

Alguma paz...


Não preciso dizer
Uma palavra
Para que o amor exista
Ou faça algum sentido.

Não preciso cantar
A canção
Para que se faça a melodia
Ou a noite mude para o dia

Preciso apenas
Permanecer imersa
No invisível rastro reluzente
Deste enlevo
Na mudez daqueles
Que testemunham a vida
E despreocupadamente se rendem
Como se já soubessem do final...