sábado, 18 de julho de 2015

Silêncio meu

"Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto."
Cecília Meireles



Não há o que falar
Porque nada que eu diga
Define o beijo que morre sem ter vivido
E a espera que nunca finda

E a noite linda
Adormece com suas idas
Sou sonho ainda

Cada qual tem uma sina
O meu é aguardar sua volta
Que se perdeu em outra vida
Entre tantas já vividas

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Reminiscências


Foram horas, dias, anos, não importa, se foram
Verbos conjugados no passado  
Possibilidades que talvez entrem para estatísticas
De tudo que irremediavelmente moldou as memórias... e não só elas

Somos forjados no calor dos acontecimentos
Delineados pelas vitórias e fracassos
E agora esse sabor de nostalgia 
Cores, sons e cheiros empoeirados   

Mergulho para dentro
Capturando minhas estrelas perdidas e quase esquecidas
Deixei o céu sucumbir depois daquele dia (...)
Amar é um risco - de entregar o coração para a pessoa errada

Quero crer que minha melhor porção está apenas adormecida
Intacta, a salvo, e como sempre a imagino: resplandecente
Mas por enquanto (e nestes tempos) silêncios me habitam
E algumas frágeis recordações reminiscentes