terça-feira, 26 de novembro de 2019

Sobre a eternidade

                                                                                "Para aquele café numa tarde qualquer"




Foi um instante perfeito
Só um momento
Saborosamente eterno
E são eles, não nós, imortais
- O amor é terno, ele disse
- Esse amor é etéreo, respondi
Ele não disse que sim
Apenas sorriu
Deixou ficar assim
Deixei-o sorrir assim
Deixa-me amar assim
No final, deixo-o ir
(E então descubro o porquê da expressão "coração na boca")
O coração por vezes parece não caber no peito
Parece não caber em mim
Quer sair batendo suas asas tão apressadas
Como um anjo de asas rubras


Incondicional


 

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
(Cruz e Sousa)

Seja na constante euforia
Do inviolável segredo que incansável
Tento decifrar com ousadia
Revele meus olhos o que a boca silencia
Mas que se pronuncie
De alguma forma e sempre à vontade desejada

Basta-me a impressão de acreditar
Que diante da emoção minha razão se cala
Basta-me saber amor
Desfazendo a dúvida, sobrepondo em graça
Doce expansão que em si não se contém
Meu cântico perpétuo, amém