Quando escrevia
Em profunda comunhão
Com o que sentia
Seu estro incomum
Enaltecia
Era poema
E poesia
Acalentava
A leve brisa
Mas não ousava
E em silêncio
Sonhava
E chorava
A triste sina
Saber-se assim
Saber-se tanto
Saber-se só
E no momento
Fazer-se gelo
Tornando em pó
Seus sentimentos
Por que estático?
Por que o medo?
Pesavam-lhe as palavras que não dizia
Morriam
Ávidas
Em desmedida
Agonia
Não se rendeu
Mesmo diante de todos os sinais
Pediu a Deus
Uma resposta
Ou apenas
Que levasse embora
Toda a dor
Sem mais demora
Gritou
Do calabouço
Aprisionou
O seu desejo
Único jeito
De continuar
Longe dos olhos
Tentaria não lembrar
Mas a vida
Essa corrente
De promessas
Ninguém sabe onde nos leva
E a brisa
Sublime
Vem, embala
Passa
E não espera